RESERVA FEDERAL DOS ESTADOS UNIDOS NÃO DEVE CORTAR JUROS ATÉ INFLAÇÃO REGRESSAR À META DE 2%
A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos não vai cortar juros até estar “confiante” que a inflação está a regressar à meta de 2%, mas deverá ser “apropriado” recuar ainda este ano, segundo explicou o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, que está esta tarde na audição semi-anual de política monetária perante o Congresso norte-americano.
CICLO DE SUBIDAS DE TAXAS DE JURO DESDE 2022 PODERÁ CHEGAR AO FIM EM BREVE
Após um ciclo de subidas que dura desde 2022, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) tem vindo nos últimos encontros de política monetária a manter o intervalo de taxas de juro inalterados entre 5,25% e 5,5%. Está assim desde julho, enquanto o balanço do banco central tem vindo a ser reduzido a um ritmo que Powell descreve como “rápido”, mas “previsível”.
EXPECTATIVAS DO MERCADO APONTAM PARA CORTES DE JUROS NO ENCONTRO DA FED EM JUNHO
Na semana passada, a queda nos gastos na indústria e no setor da construção nos Estados Unidos, bem como um enfraquecimento das despesas do consumo privado (PCE) – o indicador favorito do banco central para avaliar a inflação – levou a um ajustamento das expectativas do mercado para os próximos passos da Fed. Com os dados económicos a darem conta de um arrefecimento da economia-norte americana, cerca de 75% dos “traders” estão convictos de que o primeiro corte dos juros de referência acontecerá no encontro de política monetária da Fed de junho.
FED AVISA SOBRE OS RISCOS DE REDUZIR A RESTRIÇÃO POLÍTICA CEDO DEMAIS
O ‘outlook’ económico é incerto e o progresso em curso no sentido do nosso objetivo de inflação nos 2% não está assegurado”, avisou Powell. “Reduzir a restrição política demasiado cedo ou demasiado tarde pode resultar numa reversão dos progressos que temos observado na inflação e, em última análise, obrigar a ainda mais aperto monetário para trazer a inflação de volta a 2%.” Simultaneamente, reduzir cedo de mais ou muito pouco pode enfraquecer excessivamente a atividade económica e o emprego”.