ALSTOM REGISTA QUEDA DE 38% NAS AÇÕES DEVIDO A ATRASOS EM CONTRATOS
A Alstom, empresa francesa de fabricação de comboios, viu suas ações caírem 38% após revisar para baixo suas previsões de tesouraria. Isso se deve aos atrasos em contratos no Reino Unido, incluindo um importante projeto para o Metro de Londres. Com essa queda, a capitalização bolsista da Alstom foi reduzida em um terço.
ATUALIZAÇÃO DO CONTRATO NO REINO UNIDO PREVISTA PARA 2024
A Alstom espera agora completar o contrato no Reino Unido no ano fiscal de 2024-2025, quando o calendário inicial previa a primeira metade deste ano. Problemas nas cadeias de abastecimento e uma redução no número de encomendas também contribuíram para a revisão das perspetivas de tesouraria.
ANÚNCIO DE CASH FLOW NEGATIVO
A Alstom anunciou que espera um cash flow negativo de até 750 milhões de euros para o ano fiscal completo, o que representa um corte significativo em relação à previsão anterior de resultados positivos. O atraso do projeto no Reino Unido é responsável por cerca de um terço dessa redução. A empresa teve um cash flow negativo de 1,15 bilhão de euros nos seis meses até setembro.
PREOCUPAÇÕES APÓS AQUISIÇÃO DA BOMBARDIER
A aquisição das operações de comboios da Bombardier há três anos tem gerado pressão sobre as ações da Alstom. A empresa tem culpado a má gestão da Bombardier pelos atrasos nas entregas e pelas despesas adicionais necessárias para concluir as encomendas em carteira. Além disso, houve uma baixa aceitação por parte dos clientes, com apenas 87% dos comboios pagos.
POSSIBILIDADE DE AUMENTO DE CAPITAL
Gael de-Bray, analista do Deutsche Bank, destaca que este revés coloca pressão sobre a equipa de gestão da Alstom e afirma que um aumento de capital é altamente provável. A empresa precisa lidar com riscos de execução elevados devido a atrasos em projetos de comboios nos Estados Unidos e no Reino Unido.
IMPACTO NO MERCADO PORTUGUÊS
A Alstom está na corrida ao fornecimento de 117 comboios à CP em Portugal. A empresa anunciou planos de investimento em uma fábrica de comboios em Matosinhos, visando ganhar o concurso da CP. Isso envolveria a transferência de tecnologia, o desenvolvimento de competências locais e a criação de emprego em Portugal. Um relatório preliminar indicou que o consórcio Alstom-DST é o favorito para vencer o contrato.